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A influência dos meios de comunicação na formação da opinião pública

novembro 27, 2010

Os grandes meios de comunicação possuem um intenso poder de influência na sociedade contemporânea. São eles que, por exemplo, definem quais temas devem ser discutidos e quais devem ser excluídos do âmbito da esfera pública. Além disso, a grande mídia impõe suas versões como verdades absolutas, fazendo com que muitos as aceitem sem ao menos questioná-las. Com esse intenso poder, esses grandes meios conseguem facilmente influenciar a opinião pública.

Um recente caso que exemplifica esse fato é o que se refere à criação dos conselhos de comunicação. Com o intuito de regulamentar a comunicação e os artigos 220 e 221 da Constituição nacional, setores do governo Lula e outras entidades propõe a criação dos tais conselhos. Estes, segundo o ministro Franklin Martins, não exerceriam o papel de censores e sim de fiscalizadores, tentando garantir aspectos como o direito de resposta, a proibição dos monopólios dos meios de comunicação, a preferência por programas educativos, entre outros. Entretanto, ao realizarem suas matérias, os grandes veículos como Folha e Estadão não abordaram nenhum desses aspectos, afirmando apenas que os conselhos seriam uma tentativa de censura.

Esse é apenas um exemplo, entre tantos outros, de como os grandes veículos tratam de forma simplista e totalmente parcial determinadas questões. Dessa forma, ao entrarem em contato com esse tipo similar de informação, muitas pessoas formam suas opiniões baseadas nas mesmas versões repetidas incessantemente.

Porém, apesar da prevalência desse fenômeno, não se pode deixar de considerar o importante papel adquirido recentemente pela internet. Esse novo meio de comunicação rompe, ainda que devagar, com esse monopólio da informação tão presente na sociedade. Ao consultarem as páginas da internet, as pessoas podem entrar em contato com as mais diferentes versões, muitas que, inclusive, são censuradas pela chamada grande mídia. Casos como a recente demissão da psicanalista Maria Rita Kehl, por exemplo, só ficaram muito conhecidos devido à divulgação ocorrida na internet.

Conclui-se, portanto, que ainda são os grandes meios de comunicação que mais influenciam a formação da opinião pública.  Entretanto, ao se tornar muito mais popular, a internet pode vir a ser uma forma alternativa e muito mais plural de influência no âmbito da esfera pública.

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5 Comentários
  1. Sim, a internet vem se tornando uma importante ferramente na disseminação de informações que representam diferentes pontos de vista. O problema é que o seu acesso e utilização ainda é muito limitado e amplos setores da população brasileira não sabem do que se passa nesse mundo virtual, restringindo-se aos jornais caudilhos que circulam por aí. Sobre o tema do texto da Maria Rita Kehl há um pequeno texto em meu blog: http://palavrasolitarias.blogspot.com/2010/10/resposta.html

    Até mais,

    Carlos

  2. A chamada “mídia hegemônica” pela primeira vez sente o medo de perder sua influência sobre os espectadores, não porque esteja sobre censura, mas sim porque a população pode ter acesso a verdadeira informação e não somente a verdade “inquestionável” divulgada pelos grandes veículos.
    A tentativa de criar conselhos de comunicação não tem como objetivo barrar publicações, mas sim fazer correções e punir os meios que fazerem uso de informações errôneas. Além disso, o uso da palavra “censura” não faz sentido, visto que essa se define como ato de um governo ilegítimo que objetiva cercear a liberdade de expressão. Um caso recente que demonstra o uso incorreto do vocábulo foi a decisão judicial imposta ao jornal Estado de S. Paulo, que ficou proibido de divulgar informações sobre as investigações do Ministério Público de São Paulo sobre fraudes nas prefeituras de Tocantins. Houve um uso indevido de informações roubadas em um computador do MP paulista, o que fez com que o desembargador e relator da ação, Liberato Póvoa, pedisse pela proibição de publicações sobre o assunto. Assim, não se trata de uma forma de limitar a liberdade de expressão, mas apenas fazer cumprir o que está previsto em Constituição.
    Por fim, como o grupo mesmo disse, a internet tem tido um papel importantíssimo como alternativa aos grandes meios de comunicação, criando espaço para debates e a livre circulação de opiniões, o que ajuda a ampliar as visões criadas posteriormente pela opinião pública. As eleições de 2010 são um exemplo vivo da força que a internet vem conquistando, para isso, basta apenas olhar a quantidade de blogs e textos que circularam na rede aqui no Brasil.
    Muito bem escrito, parabéns.

    Stephanie Hering
    Jornalismo Matutino

  3. Maiara Miranda permalink

    Claro que a mídia tem um poder gigantesco de manipular pessoas e tenta introduzir sua posição política para quem a acompanha, seja lendo, ouvindo ou assistindo. No entanto, todos os veículos de comunicação “tratam de forma simplista e totalmente parcial determinadas questões”, tanto pelo lado “esquerdo” quanto pelo lado “direito”. A chamada mídia “contra-hegemônica” também vem carregada de ideologias, mas sempre é vista como a “do bem”, enquanto a mídia que atualmente impera no país é a “do mal”. Imagine se um dia os papéis se invertessem?
    Portanto, o argumento da mídia como imposição de versões é válida, mas não apenas à grande mídia. Todas agem assim, entretanto algumas, por não possuirem tamanho alcance, manipulam um número significativamente menor de pessoas.

  4. Bruno Rodrigues permalink

    Primeiramente, parabéns pelo blog e pelo post. Além de bem escrito, o texto aborda a questão dos Conselhos de Comunicação, que passaram batidos pelos noticiários dos principais veículos de comunicação do país. Isso porque esses Conselhos teriam a função de regulamentar a comunicação no país, ou seja, “colocar a comunicação nos eixos”. Alguns pontos como a participação de políticos efetivos nos veículos comunicacionais seriam um dos aspectos a serem regulamentados pelo(s) Conselho(s). Portanto, ao regulamentar e impor as barreiras necessárias à imprensa brasileira, os interesses de muitos indivíduos ligados a essas empresas – leia-se “coronéis da comunicação” – seriam prejudicados, sendo melhor então que a comunicação do país se mantivesse como está em benefício dos que detém os principais veículos do Brasil.
    Parabéns mais uma vez!

  5. Beatriz Bayma permalink

    Concordo que os grandes meios de comunicação influenciam na opinião pública, mas talvez, em alguns momentos, isso não ocorra de forma planejada. A mídia hegemônica tem que atender as demandas do mercado, como se fosse um ciclo. Isso, de certa maneira, faz com que a mídia acabe dando o que os telespectadores querem, o que eles gostam de assistir e de ler. Um exemplo disso é que a audiência de um programa educativo é muito menor do que de um programa de entretenimento. Acho que em alguns casos, como o do citado no texto, a manipulação exista, mas também existem outras formas de se buscar a informação, como a própria internet.

    Beatriz R. Bayma dos Santos
    Jornalismo Matutino

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